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Como é a Psicoterapia Junguiana?

Atualizado: 4 de out. de 2020


Como é a Psicoterapia Junguiana?
Como é a Psicoterapia Junguiana?

texto escrito por Psicólogo Juarez Lopes Neto


"A pessoa, o terapeuta, é um sistema psíquico que, atuando sobre outra pessoa, entra em interação com outro sistema psíquico." (Carl Gustav Jung).





Irá interpretar os dados de uma experiência de diferentes maneiras. Diferenciará o indivíduo como uma personalidade impar mas que só se pode afirmar sobre o que se reconhece em si.


O psicoterapeuta deixa fora seu conhecimento e suas experiências pessoais para permitir que aquela personalidade se expresse e não se estabeleça críticas ou julgamentos; só deve ser notado, apreendido o que se refere ao "homem genérico", ao coletivo humano.


Jung: "Ao colocarmos desta forma, o sistema psíquico dele se relaciona com o meu, o que faz produzir um efeito dentro do meu próprio sistema. Este efeito é a única coisa que posso oferecer ao paciente individual e legitimamente."

Como uma pedra jogada em um lago..... o primeiro circulo é o indivíduo em seguida a família, amigos e colegas, parentes afastados, sua região, sua cidade, estado e pais. Suas origens e heranças, sua particularidade como parte do gênero humano.


Jung fala que só importa o método que o terapeuta tem confiança. Quando acredita fará tudo para obter a cura e equilíbrio emocional de seu paciente.

Chamar o psicoterapeutizado de cliente o faz sentir participante do processo, quando é paciente sinto que sugere passividade e espera pela cura e é necessário que queira buscar conscientização dos problemas para poder confrontá-los e que para de os sentir como "fantasmas"que aparecem e desaparecem de modo independente muitas vezes.

Com uma atenção constante para não normalizar, não coletivizar a pessoa, não cair neste erro profissional que não deixa de acontecer muitas vezes; assim retarda-se ou até pode se destruir a possibilidade, a capacidade evolutiva individual.


Jung também diz que é a Freud que devemos a inestimável descoberta de que o analista também têm complexos, sendo estes um dos pontos cegos, que atuam como outros tantos preconceitos e complexos. Isto foi percebido ao longo da prática, observando a dificuldade de terapeutas em interpretar ou conduzir o paciente a uma maior compreensão de si mesmo e conseqüente cura. Resumindo: aquilo que não está claro para o profissional, impede que se torne consciente para o paciente. Psicologia Junguiana, psicologia analítica, porque foi concebida por Carl Gustav Jung, contemporâneo e colega de Freud. Cada um tomou um caminho distinto na psicologia quando discordaram em relação à abrangência da psiquê humana. Jung ampliou o espectro da análise psíquica incluindo as influencias do meio, da história e do coletivo do ser humano. Freud por sua vez aprofundou-se nos desejos reprimidos, nas pulsões e na influência da sexualidade. Tanto Jung como Freud analisaram os sonhos, mas Jung percebeu a amplitude do inconsciente que continha além do individual, o coletivo, validando as matrizes, os arquétipos que estruturam e designam caminhos e tendências para os indivíduos.


A psicologia analítica, valoriza muito a relação humana na prática da psicoterapia. O psicólogo deve se abstrair e deixar de lado sua superioridade no saber e também não influenciar o paciente; o terapeuta deve sentir-se livre para se relacionar espontaneamente com a experiência de vida dele para que assim o analisando se coloque no mesmo nível do psicoterapeuta e conversar com alguém que ele vê. O paciente tem oportunidade de relatar sua história, seu material, suas queixas e suas opiniões sem ser limitado pelos pressupostos do terapeuta.


A Psicoterapia é um processo (uma análise) no qual a pessoa (cliente) tem oportunidade de detectar (conscientizar) vários aspectos seus e de seus relacionamentos afetivos e profissionais que a incomodam, seus complexos, seus limites, que a desgastam emocionalmente e comprometem seus relacionamentos. Com o tempo as causas aparecem à consciência e este processo se tornou a base de todas as psicoterapias. O tempo é importantíssimo para a incursão da pessoa na própria psique e na cura das neuroses, porque as neuroses são produtos de uma evolução defeituosa que na maioria das vezes levou muito tempo para se formar.

Com a psicoterapia é possível distinguir-se as inseguranças e carências advindas da própria história de vida (infância, adolescência) para assim poder confrontá-las com lucidez e se desvencilhar dos vários complexos que desgastam uma pessoa (desequilíbrios emocionais, depressões, ansiedades,etc) propondo assim escolhas e caminhos práticos no dia-a-dia que levam a mais equilíbrio e a uma melhor qualidade de vida.


Este trabalho (processo de psicoterapia) é realizado em sessões semanais sempre com o(a) mesmo(a) psicoterapeuta, individualmente. Assim, o cliente vai adquirindo mais segurança e liberdade em expor suas queixas, dificuldades e inseguranças. É muito importante que haja empatia entre o paciente e o(a) psicoterapeuta para que este trabalho se desenvolva sem resistências e com segurança (é bom lembrar que há sigilo profissional absoluto). A terapia é individual, sempre é aquele indivíduo que tem características e vivências para serem ouvidas e discutidas com o terapeuta, que possa ser interpretada e avaliada aí sim, com o coletivo, com seu meio, com seus modelos.

O psicoterapeuta não é um juiz, nem um crítico, mas um profissional que com seu conhecimento psicológico vai ajudar a pessoa a identificar comportamentos e atitudes negativos que interferem em sua vida (pessoal, familiar e profissional) e muitas vezes, na sua saúde e bem-estar físico. Trazendo à consciência (à luz), a origem (a causa) destes problemas o cliente poderá ter uma organização emocional muito melhor, obtendo mais qualidade e harmonia em sua vida.

O psicoterapeuta (psicanalista, psicólogo, analista) não pode medicar, mas sempre que necessário vai indicar um médico psiquiatra e acompanhar o tratamento medicamentoso (explicando os colaterais, avaliando a melhora do quadro clínico, etc.) ou muitas vezes recebe para a psicoterapia uma pessoa encaminhada por um psiquiatra ou médicos de outras especialidades. O psiquiatra faz um diagnostico psíquico clínico (transtornos, ansiedades, depressões, fobias, etc.) em uma consulta médica e receita uma medicação que tem como intuito obter um equilíbrio bioquímico sanando os distúrbios que impedem a pessoa a ter uma rotina saudável. A psicoterapia (análise) vai pesquisar a origem (causas) destes distúrbios de humor, das inseguranças pessoais, dos complexos, das dificuldades de relacionamentos, etc...


O processo psicoterápico proporciona ao indivíduo um auto-conhecimento, uma compreensão e respeito aos próprios limites, como também a desperta para seus potenciais e como exerce-los. Com este auto-conhecimento a pessoa tem uma melhor compreensão sobre as outras pessoas, a entendê-las como são e assim ter expectativas reais e não expectativas ideais, resultando em menos frustrações e decepções nos relacionamentos. A vida se torna mais harmoniosa e preenchedora.

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