A maioria das pessoas não tem o que se chama Síndrome do Pânico, tem "apenas" Ataques de Pânico, que são ataques de ansiedade muito fortes com sintomas físicos.
Pânico não é uma doença do seu cérebro, nem falta nem excesso de Serotonina.
1) Sintomas mais comuns (claro que a maioria das pessoas não tem todos eles, só alguns):
Taquicardia, falta de ar, sudorese, ondas de frio ou de calor, tremor, tontura, pressão na cabeça, fraqueza nas pernas, intestino solto.
Medo de desmaiar, de ter um infarto, de "ficar louco", de engasgar com alimentos.
Crises noturnas de acordar sobressaltado com o coração disparando e sudorese.
Preocupações com doenças graves mesmo com todos os exames normais.
Desrealização e Despersonalização: sensação de que o ambiente está estranho, que a pessoa “não está lá”, que parece que está vivendo um filme.
Medo de ter crises na mesma situação que teve antes.
Pensamentos Obsessivos: de se atirar de uma janela, machucar alguém ou se machucar, de ficar louco. A pessoa sabe que eles não fazem sentido, mas não consegue tirar da cabeça.
Piora no dia seguinte de beber muito álcool.
2) Comportamentos bem comuns em quem sofre de Pânico:
Medo de "voltar a sentir medo". Muitas vezes o simples pensamento de entrar num avião ou passar ao lado de um abismo já desencadeia a crise.
Ansiedade antecipatória.
No cinema ou teatro prefere sentar na ponta da fileira, no restaurante perto da saída.
Não tranca a porta quando vai ao banheiro.
Cardiologistas, clínicos, hospitais, laboratórios etc., com todos os exames normais, a não ser, às vezes, um Prolapso de Válvula Mitral, que os cardiologistas não consideram patológico.
3) Desenvolvimento de fobias:
Com o tempo a pessoa pode não sentir mais os sintomas físicos, mas continua com medos que ela sabe que não são lógicos. Exemplos:
Dirigir (principalmente em congestionamentos, túneis ou estradas).
Ônibus, metrô, avião, elevador.
Reuniões, lugares com muita gente, Shopping, cinema, restaurantes, filas.
Ficar sozinha ou de sair sozinha Lugares muito abertos e vazios.
Dormir, quando a pessoa teve crises noturnas.
Comer, quando teve sensações de engasgar.
4) Causas mais comuns:
Psicológicas (são as mais comuns): reação a uma fase de Stress ou a uma situação difícil cuja solução é igualmente difícil.
Experiência traumática por exemplo assalto, sequestro, acidentes, doença grave. Essa forma mais específica se chama Stress Pós-Traumático.
Medicamentos: anfetaminas, corticoides, anabolizantes.
Maconha, Cocaína, abuso de álcool .
Muita cafeína (café, chá verde, chá mate, energéticos).
Genética familiar de Pânico, Depressão, DOC, TAG, PTSD, TDAH etc. Predisposição genética não quer dizer hereditariedade, Pânico não passa de pai para filho, não se preocupe.
Sem nenhum motivo (existe, mas é bem mais raro).
5) O tratamento consegue:
Acabar rapidamente (horas ou dias) com os sintomas físicos.
Acabar as fobias. Nesta fase o tratamento mais eficaz é uma combinação de medicação com Psicoterapia para ajudar o paciente a mudar de atitudes, sair de situações difíceis e principalmente ver os problemas com mais objetividade, ficando, portanto, mais fáceis de serem resolvidos.
6) Para a família:
A família sofre porque não consegue ajudar e vê a pessoa passar por médicos e exames, tomar calmantes, estimulantes e vitaminas sem melhora. Então começa a dizer que é fita, "frescura”. Sofrer de Pânico não tem nada a ver com personalidade forte ou fraca, com a pessoa ser ou não corajosa.
7) Observações:
Algumas vezes o primeiro remédio não produz resultado. Isso não quer dizer caso grave e nem incurável. Em geral basta trocar a medicação.
Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação, pois interrupção prematura quase sempre provoca recaída.
Os sintomas devem desaparecer nas primeiras horas de tratamento, mas o tratamento de manutenção demora meses. Sem sintomas, mas com medicação.
Pode reaparecer sim, mesmo que os problemas tenham acabado.
Durante o Pânico a pessoa pode passar por fases de depressão. Isso não quer dizer que sofra de duas doenças.
Algumas pessoas com Pânico têm receio de fazer ginástica. Pelo contrário, um bom condicionamento físico é importante, ainda mais para quem está sujeito a ter crises de taquicardia.
Yoga, meditação, massagem de relaxamento ajudam.
Diminuir álcool e cafeína (café, chá preto, chá mate, refrigerantes) ajuda.
Comments