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Porque resistir ao TOC é fundamental, mesmo que piore a ansiedade?



Resistir ao TOC cria um mega pico de ansiedade, que passa.

Em tratamento de TOC é fundamental resistir aos rituais e aos pensamentos obsessivos, mesmo que essa resistência provoque grandes picos de ansiedade, para evitar o mecanismo que mantém o ciclo obsessivo-compulsivo.


No TOC, os pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes causam ansiedade e desconforto. Para aliviar essa ansiedade, a pessoa costuma realizar compulsões, que são comportamentos repetitivos (como lavar as mãos, verificar trancas) ou atos mentais (como contar ou repetir frases). Essas compulsões fornecem alívio temporário, mas não resolvem o problema.


Quando o paciente resiste ao impulso de realizar uma compulsão (por exemplo, não verifica uma porta várias vezes), vai ter um pico inicial de ansiedade, porque a compulsão geralmente serve como uma forma de evitar ou diminuir essa sensação desagradável. No entanto, se o paciente conseguir evitar a compulsão, com o tempo, a ansiedade tende a diminuir naturalmente.


Por outro lado, quando o paciente "obedece" ao impulso obsessivo e realiza a compulsão, ele pode evitar esse pico de ansiedade momentâneo, mas o comportamento compulsivo reforça o ciclo obsessivo-compulsivo.


Isso causa uma ansiedade mais persistente e crônica. A pessoa começa a depender cada vez mais das compulsões para se sentir aliviada, o que, com o tempo, alimenta o transtorno.


Esse ciclo de alívio imediato e reforço da compulsão é o que perpetua o TOC.


O tratamento mais eficaz é:

  • Exposição com Prevenção de Resposta (EPR), uma forma de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Na EPR, o paciente é exposto gradualmente às situações que causam obsessões, mas é impedido de realizar as compulsões, permitindo que a ansiedade naturalmente diminua com o tempo.

  • Os medicamentos usados para o tratamento do TOC, que ajudam a regular neurotransmissores envolvidos no controle do humor, ansiedade e comportamento.


Ao reduzir os níveis gerais de ansiedade e tornar as obsessões menos intensas, a medicação facilita o processo de evitar os comportamentos compulsivos. Com isso, o paciente tem uma maior capacidade de resistir aos impulsos compulsivos e de se engajar nas intervenções terapêuticas, como a TCC.


Portanto, a medicação, em conjunto com a terapia cognitivo-comportamental, potencializa a eficácia do tratamento, ajudando a diminuir a ansiedade de base e permitindo ao paciente resistir às compulsões com mais sucesso.

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