Os remédios de dormir são úteis? Sim, muito úteis, mas por períodos curtos (dias ou semanas) e em situações especiais (fases de mais problemas e preocupações, viagem de avião etc.).
O problema maior com o uso prolongado nem é o de dependência (que também existe) e sim de tolerância. Tolerância significa que você precisa de doses maiores para ter o mesmo efeito.
Nas primeiras noites é aquela maravilha, você dorme bem e acorda descansado.
Com o tempo, porém, as coisas mudam. Você começa a sentir cansaço durante o dia, parece que fica meio lento e pesado. A memória recente também começa a ficar prejudicada.
Além disso, com o uso constante a arquitetura do sono se altera, o sono durante a noite não é mais tão profundo e você começa a aumentar a dose. Aí vai ter mais cansaço durante o dia.
"Qual remédio bom para dormir?" Todos eles vão ter prós e contras, por isso vale a pena ter um profissional junto para fazer a melhor escolha. Vamos discutir sobre os casos a seguir:
Separei alguns tópicos de acordo com as perguntas que recebo:
1) Zolpidem, Turno, Patz, Noctiden, Stilnox, Stilnox CR, Nuit Flash são exatamente a mesma coisa.
No começo o sono é maravilhoso. Com o tempo a pessoa nem espera para ver se vai ou não dormir e já toma o comprimido.
O risco de abuso com Zolpidem é muito grande. Muitos pacientes referem fazem coisas durante a noite e não lembram. Por exemplo, cozinharam, foram no armário de remédios e tomaram mais um comprimido.
Muitas pessoas acordam sentindo uma melancolia que só passa lá pelo meio da manhã.
Muitos jovens começam a tomar Zolpidem durante o dia em grande quantidade, para sentir o “barato”.
2) O novo Prysma, Ezonia (Eszopiclona), de acordo com as pesquisas, parece ter início e final de efeito mais longos, o que diminuiria esses riscos, mas a vida real vai confirmar ou não os dados de pesquisa.
3) Melatonina geralmente aprofunda o sono de modo natural mais em idosos. Mas se você é jovem e dorme bem com Melatonina, fique feliz.
4) O novo Rozerem (Ramelteona) promete um sono mais natural por agir em receptores de Melatonina. O tempo vai dizer.
5) “Benzos”: são os clássicos benzodiazepínicos. Dormonid, Dalmadorm, Rohypnol, Rohydorm, Lexotan, Somalium, Bromazepam, Rivotril, Clonazepam, Frontal, Apraz, Alprazolam, Valium, Diazepam, etc. Alguns têm meia vida mais curta, outros mais longa. O uso constante traz os mesmos problemas descritos acima.
6) Antidepressivos que se usa para tratar insônia: exemplos, Donaren, Loredon, Trazodona, Remeron, Razapina, Menelat. Amytril, Amitriptilina.
O sono pode não ser “tão gostoso” quanto os Benzos, podem dar um pouco de boca seca, alguns dão fome, mas em compensação não existe risco de dependência e o risco de tolerância é muito pequeno.
7) Neurolépticos: quem lê a bula se assusta; “me deram remédio de Esquizofrenia!”.
Sim, mas leia a bula inteira:
Por exemplo, Quetiapina, Seroquel, Neotiapim, Quetros, Quet, Atip, etc.: dose para insônia: 25 a 100 mg. Dose para Esquizofrenia mais de 600 mg.
Outro exemplo: Zyprexa, Olanzapina, Axonium, Zap. Dose para insônia 2,5 a 5 mg. Dose para Esquizofrenia, 20+ mg.
Neozine, Equilid, Fenergan também são neurolépticos usados em insônia.
Valem as mesmas observações: o sono pode não ser “tão gostoso” quanto os Benzos, podem dar um pouco de boca seca, alguns dão fome, mas em compensação não existe risco de dependência, o risco de tolerância é muito pequeno.
8) Gabapentinoides: Pregabalina, Lyrica, Insit, Mobale etc., vale o mesmo que os antidepressivos.